Santo remédio: o Alho - Orlando B. Santos
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Sinopse
Raras são as pessoas que nunca experimentaram algum
tipo de chá, na esperança de suavizar uma cefaleia, uma gripe
ou um mal-estar qualquer. Mas não menos raro são também,
aquelas que logram obter resultados plenamente satisfatórios
com o uso das plantas medicinais, pelo simples fato de não
disporem de informações mais objetivas, capazes de
proporcionar segurança na aplicação do método, ainda que
caseiro, sem que uma dúvida paire no ar e sem colocar em
risco a própria saúde. Os tão propalados chás caseiros, base
da medicina na antiguidade, nunca deixaram de ser
importantes, e ainda hoje, muito tem contribuído para o bem-
estar e pela elevação da nossa qualidade de vida, quando
fazemos bom uso de suas potencialidades
É sabido que a abordagem com as plantas medicinais é
muito diferente daquela quando utilizamos os remédios
alopáticos, mas não necessariamente contraditória. Enquanto
se afirmam que os remédios alopáticos intervém sobre a
maioria das doenças de forma mais imediata possível, na
maioria das vezes as plantas oferecem respostas positivas a
um prazo maior, ao proporcionar ao organismo como um todo,
as condições para seu reequilibro, o que necessariamente
demanda algum tempo.
Ao aconselhar-mos o uso do alho, o fazemos com a
intenção de se propagar o aspecto preventivo a muitos males
que sabemos não haver dificuldades para evitá-los, embora
reconheçamos que não faltam experiências e testemunhos em
qualquer parte do mundo sobre sua eficácia também como
remédio curativo, mas, a falta de rigor, condição indispensável
para dar segurança aos adeptos da “cultura do chá”, faz com
que sejamos cautelosos. Por isso, faz-se necessário que se
trave um debate consequente, aberto e, de preferência, com
indicações ou demonstrações de resultados de pesquisas
oficiais que se tenham realizadas ou em curso
As informações deste trabalho foram colhidas do senso
comum, junto a pessoas que de alguma forma utilizam o alho
como medicamento caseiro. Conservamos neste trabalho, uma
visão essencialmente popular (inclusive em sua linguagem), um
esforço para resgatar aspectos consistentes da sabedoria
popular que necessita do moderno conhecimento científico
para desenvolver pesquisas que com certeza, só virão a
confirmar a eficácia dos ensinamentos dos antigos.
Prólogo
BREVE HISTÓRICO
O alho (Allium sativum) é uma planta herbácea pertencente
à família das Liliáceas. Pode atingir a altura de até 70
centímetros e é uma das culturas mais cultivadas no mundo
inteiro. Contudo, são muitas as suas variedades e deve-se
buscar, quando se trata de interesse pela sua produção, as que
melhor se adaptem em cada região, conselho que deve ser
muito bem observado no caso do Brasil, por causa do seu
clima variado. Na maior parte do território brasileiro o plantio do
alho ocorre entre os meses de março a maio.
Amplamente empregado como tempero de vários alimentos
e na indústria farmacêutica como remédio, o alho possui no
entanto, sabor e cheiro que nem todos apreciam, o que
contribui para a má fama da nossa planta.
Os registros históricos sobre o uso do alho pela civilização
perdem-se no tempo. Mas sabe-se que há pelo menos cinco
mil anos antes de Cristo, os egípcios já o utilizavam como
alimento e como remédio. Na Grécia antiga o alho fazia parte
das provisões dos guerreiros que além de alimento era
aplicado nos ferimentos produzidos em combates. Alexandre,
O Grande, conquistador da Grécia e de grande parte do mundo
conhecido na época também se utilizava dos benefícios dessa
planta.
Na Europa do século XIV, ficou famosa a saga dos quatro
ladrões de Marselha que, ignorando os riscos da peste negra
que dizimava milhares de pessoas, saqueavam casas e
vasculhavam cadáveres sem sertem contaminados, sendo
atribuído essa a proteção, ao consumo do alho, não só como
alimento, mas também e, principalmente, pelo uso de uma
solução desinfectante à base de alho, usada para
descontaminar as mãos e os objetos pilhados.
ALHO COMO REMÉDIO CASEIRO
É sabido que as plantas oferecem inúmeras possibilidades
de alívio e até mesmo cura de doenças, das mais comuns,
como uma simples virose, às mais temíveis, a exemplo do
câncer. O alho, com certeza, pertence ao rol das plantas mais
importantes e, assim como outras plantas medicinais, vale todo
esforço para se conhecer cada vez mais os benefícios que as
plantas oferecem. A divulgação de pesquisas recentes sobre
os princípios ativos de plantas medicinais só vem comprovar o
que a sabedoria dos antigos já afirmavam e transmitia de
geração em geração.
A sabedoria popular indica o uso do alho para males
diversos, incluindo-se aí arteriosclerose, asma, bronquite,
calosidades, dor de cabeça, dores reumáticas, febre, gripes e
resfriados, hipertensão, infecção intestinal, insônia, otite,
pneumonia, sinusite, verminose e até mesmo verrugas.
É evidente que alguns critérios para o uso do alho como
remédio precisam ser estabelecidos para que possamos tirar
bom proveito de suas potencialidades, e não corramos riscos
de banalizar-mos uma prática tão antiga, fazendo uso
inadequado e assim impedir-mos que sejam atingidos os reais
objetivos.
Quanto se fala em eficácia, creditamos que a primeira
questão a ser, é que a maioria dos chazinhos caseiros trazem
pouco ou nenhum benefício quando tomados uma única vez e,
ao mesmo tempo, o uso muito prolongado de um universo
muito reduzido de algumas substâncias ainda que natural,
pode trazer risco à saúde de quem o consome. Tudo pede
moderação e um mínimo de compreensão dos mecanismos
com que se está lidando.
O ALHO NO ORGANISMO
O consumo do alho produz intensa secreção não só das
glândulas digestivas mas também da bílis e ao exterminar
bactérias patogênicas (que provocam doenças) no intestino,
proporciona a recuperação da flora intestinal, auxiliando no
tratamento da prisão de ventre, e facilita a assimilação de
nutrientes. Já nas vias respiratórias, os elementos constituintes
do alho acelera as secreções de líquidos que se encontrem em
excesso no organismo, demonstrando seu poder expectorante
e diurético, ao mesmo tempo em que desinfeta e auxilia na
restauração das células comprometidas, sem agressões ao
organismo. Por essas razões, o alho é considerado um
antibiótico natural, desintoxicante, dilatador dos vasos
sanguíneos, dissolve catarros intestinais, é expectorante
pulmonar, preventivo de várias formas com que se manifesta o
câncer, reativador do paladar e do metabolismo, remove
catarros da face e restaura o olfato.