Canto da Solidão - Bernardo Guimarães
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Sinopse
Grande número das poesias que agora ofereço ao público já foram publicadas em S.
Paulo em 1852 sob o título de Cantos
da Solidão: essa edição porém, além de muito escassa quanto ao número de exemplares,
foi por demais incorreta; e como o
público parece-me ter dado algum apreço a essas produções de minha primeira
mocidade, isso me anima a dar-lhe esta
segunda edição muito mais correta, e seguida de grande número de poesias diversas.
Cumpre-me aqui dizer algumas palavras a respeito de algumas alterações e adições que
fiz nos Cantos da solidão.
Prólogo
Prelúdio
Neste alaúde, que a saudade afina,
Apraz-me às vêzes descantar lembranças
De um tempo mais ditoso;
De um tempo em que entre sonhos de ventura
Minha alma repousava adormecida
Nos braços da esperança.
Eu amo essas lembranças, como o cisne
Ama seu lago azul, ou como a pomba
Do bosque as sombras ama.
Eu amo essas lembranças; deixam n'alma
Um quê de vago e triste, que mitiga
Da vida os amargores.
Assim de um belo dia, que esvaiu-se,
Longo tempo nas margens do ocidente
Repousa a luz saudosa.