Um Erradio - Machado de Assis
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Prólogo
A PORTA abriu-se... Deixa-me contar a história à laia de novela, dissé Tosta à mulher, um
mês depois de casados, quando ela lhe perguntou quem era o homem representado numa
velha fotografia, achada na secretária do marido. A porta abriu-se, e apareceu este homem,
alto e sério, moreno, metido numa infinita sobrecasaca cor de rapé, que os rapazes
chamavam opa.
— Aí vem a opa do Elisiário.
— Entre a opa só.
— Não, a opa não pode; entre só o Elisiário, mas, primeiro há de glosar um mote. Quem dá
o mote?
Ninguém dava o mote. A casa era uma simples sala, sublocada por um alfaiate, que morava
nos fundos com a família; Rua do Lavradio, 1866. Era a segunda vez que ia ali, a convite
de um dos rapazes.