Mocidade Morta - Gonzaga Duque
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Sinopse
História da vida boêmia de alguns artistas, que desiludidos e incompreendidos vivem com inteligência e desembaraço, ombro a ombro com as injustiças e os imprevistos das realidades da vida de todos os dias.
(Rodrigo Otávio Filho.)
Prólogo
Por este sábado de outubro, fiava manhã de sol e alta alegria azul
de céu aberto. Teléforo de Andrade, dignitário da Rosa, palma da
Academia de França, resplandecente de várias nobilitações
estrangeiras, expunha à admiração patrícia o seu novo quadro, um
vasto painel estendido por catorze metros, contando doze de altura,
\"pincelado a gênio, com maravilhosas nuanças de tons e admirável
composição de linhas, à clássica\".
Esta rara obra, estardalhaçante de reclamos, tantaneada do
jornalismo indígena, anunciada por epígrafes a gordo nor-mando em
louvores escorrendo, colunas abaixo, com trestalos regozijantes de
adjetivação pirotécnica, a primeira da decantada série que o seu
famoso talento educado na Europa se propunha a produzir para o
glorioso renome das armas imperiais nas façanhas bélicas de 1865 a
70, teve a consagração de um panteão de pinho, ao molde do
agripino, enorme como uma rotunda e vistoso de frescas brochadas
de gesso e oca.