O Beijo de Prata (The Silver Kiss) - Annette Curtis Klause
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Sinopse
Zoe tem 16 e enfrenta o luto: a mãe está morrendo de câncer e seu pai parece exclui-lá do leito hospitalar de sua mãe. Ninguém se atreve a falar com Zoe sobre a tragédia da família, e ela está isolada pela dor, raiva e medo. Então ela conhece o sedutor e enigmático Simon ("Seus olhos estavam escuros, cheios de vida selvagem e de estrelas"), que tem uma incrível capacidade de reconhecer seus sentimentos. Após uma série de reuniões noturnas, Zoe descobre que Simon é um vampiro mantido vivo por sua sede de vingar a morte de sua própria mãe há três séculos atrás. Atraída por ele por uma empatia que causava tanto desejo e medo, Zoe concorda em participar de um esquema perigoso para prender o assassino sobrenatural da mãe de Simon. Os dois saem de seus encontros capazes de chorar e reconhecer suas perdas.
Prólogo
A casa estava vazia. Sofia soube no momento em que entrou. Somente o tic tac do relógio na cozinha desafiava o silêncio.
O temor apoderou-se dela de novo. Mami, pensou, como se fosse uma criança. Será que ela está de novo no hospital ou piorou? Deixou a bolsa da escola no corredor e, esquecendo-se de que a porta estava aberta, dirigiu-se lentamente à cozinha, com medo de ver a mensagem que a esperava. Havia um bilhete no refrigerador:
“Estou no hospital. Não se preocupe. Prepare comida para você. Volto quando puder.
Amo você,
Papai.
P.S. Não me espere acordada.”
Amassou o bilhete e o atirou na lata de lixo, mas não acertou o arremesso. Bufou, com raiva. Parecia que, ultimamente, todas as conversas com o pai tinham um ímã de geladeira na forma de uma banana como intermediário. O ímã fala, pensou ela. Defendia o refrigerador e evitava que ela o abrisse. De todas as formas, não podia comer.
Chamavam-na Sofia, o pássaro, no colégio. Sempre havia sido magra, mas agora se viam seus ossos, e os pulsos e juntas refletiam sua angústia. Parecia tão fraca como a mãe, que estava no hospital, tomada pelo câncer. Morte por identificação, pensou ela, meio de brincadeira, meio a sério. Afinal de contas, sempre a tinham comparado com sua mãe. Tinha os mesmos olhos cinza, o cabelo comprido e negro com um leve ondulado e uma pele incrivelmente pálida, que se ruborizava ante qualquer estímulo. Não seria irônico se ela também morresse, desaparecendo ao mesmo tempo que sua sósia?