Baunilha e Chocolate - Sveva Casati Modignani
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Sinopse
Sveva Casati Modignani é um dos nomes mais populares da ficção italiana atualmente. Com mais de 10 milhões de exemplares vendidos - alguns que deram origem a filmes e séries televisivas de sucesso -, Sveva estréia no Brasil com Baunilha e Chocolate
Baunilha e Chocolate: contraste de cores e sabores que se combinam perfeitamente. Como acontece às vezes no amor. Duas pessoas de temperamento bem diferentes, Penélope e Andrea estão juntos há 18 anos e têm três filhos. Um dia, o encanto se quebra. Ela, cansada das traições do marido e desapontada com seu comportamento egoísta e infantil, decide deixar a família e refletir sobre o casamento. Andrea fica chocado. Apesar das traições, sempre considerou Penélope a mulher de sua vida, a única com quem realmente pode contar. E não é só. É o começo de uma difícil jornada para ele, que se vê às voltas com os problemas do dia-a-dia, que até então não pesavam sobre seus ombros.
Para ambos, a separação acaba se transformando num momento de reflexão. Penélope e Andrea tentam compreender os motivos de tantos erros e escolhas equivocadas. Essa auto-análise, embora dolorosa, os leva a descobrir que o amor que os uniu continua vivo.
Doce e nostálgico, Baunilha e Chocolate alcançou a marca de 200 mil exemplares vendidos na Itália, contando uma história de amor, esperança e sabedoria. Sveva Casati Modignani nos surpreende pelo frescor de sua criação, somada a sua capacidade de oferecer personagens verossímeis e humanos. A autora comprova ser dona de um raro dom, privilégio de poucos narradores: a simplicidade, que atinge diretamente o coração de seus leitores.
Prólogo
Querido Andrea, desgraça da minha vida, tantas vezes ameacei ir embora, e nunca o fiz. Agora, vou-me embora. Sabes como sou lenta, mas tenaz, nas minhas decisões.
Em dezoito anos de casamento fui medindo o teu egoísmo, a tua capacidade de mentir, os teus medos, a tua infantilidade.
Não quero saber como te vais arranjar sem mim, uma vez que, sozinho, não és sequer capaz de abrir uma lata de cerveja.
Se quiseres sobreviver, vais aprender a ocupar-te de ti próprio, dos nossos três filhos, do zoo da casa. Não vai ser tarefa fácil dar ordens à empregada, que tu amavelmente defines como "a cretina", nem entenderes-te com a irmã Alfonsina, que nos ameaça com o castigo perpétuo se não baptizarmos o pequeno Luca, com a tua mãe, que desaparece de casa dia sim dia não e depois é preciso esquadrinhar a cidade para a encontrar, com o psicólogo da Lucia, com o Damele, com brincos por todo o lado e que, aos quinze anos, ainda faz chichi na cama, com as contas que há para pagar nos Correios e as que há para pagar no banco, com os justificativos do IRS e com a lista diária das compras. Vais ter de andar de um lado para o outro, entre a escola e o infantário, entre a aula de judo para o Daniele, a piscina municipal para o Luca e a escola de dança para a Lucia. Vais ter de arranjar um canalizador para o autoclismo que verte e que neutralizar legiões de formigas gigantes que saem de um buraco na varanda e que são refractárias a todo e qualquer veneno.
Vais ter de enfrentar tudo isto e mais ainda, porque eu não vou estar aí a tentar, inutilmente, tapar as fendas de um barco destinado ao naufrágio.
Pergunto a mim própria como conseguirás encontrar o tempo e a vontade para praticar os teus desportos favoritos: as mentiras, as traições, o desinteresse pelos nossos filhos.
Tirando um breve e maravilhoso parêntesis, que se passou há muito tempo, fui durante anos a escrava devota de um patrão arrogante.
Sei que fui tua cúmplice neste jogo perverso e sei que suportei ofensas e injustiças porque tinha medo de ficar sozinha.
No fim de tudo, a tua falta de respeito foi mais forte do que o meu medo da solidão.