O Último Elfo (The Last Elf) - Silvana De Mari
Sinopse
Em seu romance de estréia, O último elfo, a italiana Silvana De Mari conta uma bonita fábula sobre tolerância e esperança. Depois de ver seu vilarejo destruído por uma terrível tempestade, Yosh, o último elfo da Terra, passa a conviver com humanos e descobre que faz parte de uma poderosa profecia junto com um dragão, também o último de sua espécie. Para realizar o presságio e garantir a sobrevivência de todos num mundo ameaçado por constantes inundações, o jovem elfo parte em busca desse dragão especial, numa divertida jornada repleta de aventura e encantamento.
Prólogo
Capítulo 1
Chovia havia vários dias. A lama chegava-lhe aos tornozelos. Até as rãs teriam se afogado naquele mundo transformado em pântano, se não tivesse parado de chover.
Ele certamente morreria se não conseguisse, depressa, um lugar seco para ficar.
O mundo estava frio. A lareira da sua avó era um lugar quente. Mas isso fora muito tempo atrás. O coração do pequeno elfo se apertava de saudade.
A avó dele dizia que, quando se sonhava bem forte, as coisas se tornavam verdadeiras. A avó, no entanto, já não conseguia sonhar. Um dia, a mãe fora para o lugar de onde nunca se volta e a avó não tinha conseguido sonhar nada. E ele era muito pequeno para sonhar. Ou tal-vez não.
O pequeno elfo fechou os olhos por alguns instantes e sonhou o mais forte que podia. Sen-tiu na pele a sensação de secura, de um fogo aceso. Sentiu que os pés se aqueciam... Alguma coisa para comer.
O pequeno elfo tornou a abrir os olhos. Os pés lhe pareceram ainda mais gelados e o estô-mago, ainda mais vazio. Não tinha sonhado com força suficiente. Ajeitou o capuz molhado sobre os cabelos molhados. Estava com o manto amarelo de elfo. O abrigo amarelo de cânha-mo, de trama aberta, era pesado, rústico e não protegia nada. Mais água lhe caiu pelo pescoço e começou a escorrer ao longo da espinha, por baixo da roupa, até as calças. Tudo o que ele vestia era amarelo, rústico, molhado, sujo, gasto e frio.