Ocidentais - Machado de Assis
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Sinopse
Diferentemente dos três outros, Falenas, Crisálidas e Americanas, o presente texto não teve publicação isolada, tendo surgido nas páginas finais da primeira edição das Poesias completas. Ao contrário dos livros anteriores, esta obra de Machado de Assis teve várias edições, tanto isoladamente quanto no corpus de suas obras completas, em vários momentos e em diversas casas editoras.
É em Ocidentais que encontramos três importantes contribuições de Machado de Assis, tradutor de poesias. Aqui está o famoso monólogo de Hamlet, o poema de Edgar Allan Poe, O Corvo e, não menos importante, a tradução do Canto XV, O Inferno, da Comédia, de Dante.
Sem dúvida, bastavam esses exercícios para que o autor de Dom Casmurro merecesse especial atenção do leitor, pelo cuidado e competência com que a sensibilidade do poeta captou o espírito de cada um daqueles textos clássicos.
Além disso, Machado de Assis exerce-se em uma diversidade de metros e transita por vários temas, em especial o poema" Suave mari magno", provavelmente motivado por uma situação pessoal. Também aqui o leitor poderá encontrar alguns de seus melhores sonetos.
Prólogo
O DESFECHO
Prometeu sacudiu os braços manietados
E súplice pediu a eterna compaixão,
Ao ver o desfilar dos séculos que vão
Pausadamente, como um dobre de finados.
Mais dez, mais cem, mais mil e mais um bilião*,
Uns cingidos de luz, outros ensangüentados...
Súbito, sacudindo as asas de tufão,
Fita-lhe a águia em cima os olhos espantados.
Pela primeira vez a víscera do herói,
Que a imensa ave do céu perpetuamente rói,
Deixou de renascer às raivas que a consomem.
Uma invisível mão as cadeias dilui;
Frio, inerte, ao abismo um corpo morto rui;
Acabara o suplício e acabara o homem.