O Rio de Janeiro - Verso e Reverso - José de Alencar
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Prólogo
CENA I
Ernesto, Braga, depois Um Menino que vende fósforos.
Ernesto (entrando de um salto) — Apre! É insuportável! Não se pode viver em
semelhante cidade; está um homem sujeito a ser empurrado por todos esses meus
senhores, e esmagado a cada momento por quanto carro, carroça, carreta ou
carrinho anda nestas ruas. Com efeito é uma família... Desde o ônibus, o Noé dos
veículos, até o coupé aristocrático e o tílburi plebeu!
Braga (dobrando as fazendas) — É porque o senhor ainda não está habituado.
O Menino (entrando e dirigindo-se a Ernesto) — Fósforos! Fósforos! Inalteráveis e
superiores! ... (A Braga) Fósforos Sr. Braga.
Ernesto — Deixe-me, menino!
O Menino — Excelentes fósforos de cera a vintém!
Ernesto (a Braga) — Oh! que maçada! Deixe-me! (O Menino sai) Esta gente tomame
naturalmente por algum acendedor de lampiões; entendem que eu vim ao Rio de
Janeiro unicamente para comprar fósforos. Já não me admira que haja aqui tantos
incêndios.