Vinte Mil Léguas Submarinas - Júlio Verne
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Sinopse
Esta obra, como a grande maioria das obras de Júlio Verne, é muito fundamentada com os conhecimentos da altura (meados do século XIX), conjuntamente, claro, com a rica e vasta imaginação de Verne.
Verne, em Vinte Mil Léguas Submarinas, consegue criar um submarino, o Náutilus, completamente autónomo do meio terrestre, movido somente a electricidade. O engenheiro, dono e capitão de tal feito, é o capitão Nemo, ele e a sua tripulação cortaram todas as relações com os continentes e com a humanidade. Vivem somente do que o mar lhes dá, a comida, a matéria prima que necessitam para a produção de electricidade, tudo vem do mar.
Mas a humanidade não conhece a existência desta obra prima de engenharia que o capitão Nemo criou em segredo, e, quando este com ou sem intenção, começou a provocar estragos em navios e embarcações, o mundo começou a temê-lo, imaginando-o como um monstro marinho, um narval gigante, começando assim a caça à quimera.
Professor Aronnax, naturalista francês, Conseil, seu criado, e Ned Land, arpoador exímio de nacionalidade canadiana, partem no navio Abraham Lincoln da marinha norte-americana, juntamente com toda a sua tripulação, com o intuito de caçar este monstro e livrar os mares de tal aberração.
No contacto com o monstro, o Abraham Lincoln é danificado até ao ponto de não conseguir prosseguir viagem. Aronnax, Conseil e Ned Land, são atirados ao mar onde são recolhidos pelo submarino, e assim feitos prisioneiros, mas com a liberdade de poderem andar à vontade neste navio que navega abaixo do nível do mar.
Durante vários meses, o Náutilus percorreu dezenas de milhares de quilómetros sob as águas, passando por variadíssimos lugares e peripécias. O título do livro se refere a essa distância, usando a unidade arcaica légua.
Prólogo
Capítulo 1
O ano de 1866 foi assinalado por um acontecimento estranho. Havia já
algum tempo que vários navios vinham encontrando nos mares “uma
coisa enorme”, um objeto comprido, em forma de fuso, às vezes rodeado
por uma espécie de fosforescência, muito mais corpulento e rápido
do que uma baleia. Os relatos sobre esses encontros, registrados nos
diários de bordo, coincidiam perfeitamente nos pormenores da estrutura
do objeto ou do ser em questão. Relatavam a espantosa mobilidade de
sua movimentação, a sua surpreendente força de deslocação e falavam
da vida especial de que ele parecia dotado.
Negociantes, armadores, capitães de navios, mestres e contramestres
da Europa e da América, oficiais das marinhas de guerra de todos os
países e os governantes das diversas nações dos dois continentes,
andavam seriamente preocupados com o fenômeno.
Que ele existia era um fato incontestável. Com o pendor do cérebro
humano para o maravilhoso, será fácil compreender-se a sensação
suscitada em todo o mundo por esse aparecimento sobrenatural.
A 20 de julho de 1866, o vapor “Governor Higginson” havia encontrado
o objeto em questão, a cinco milhas a leste das costas da Austrália.
A primeira vista o Capitão Baker julgou ver um escolho desconhecido.
Dispunha-se a determinar a sua situação exata, quando duas colunas
de água projetadas pelo inexplicável objeto, ergueram-se nos ares a
quase vinte metros de altura. Portanto, a menos que o escolho estivesse
sujeito às erupções intermitentes de um gêiser, o “Governor Higginson”
tinha-se encontrado com algum mamífero aquático, até então desconhecido,
que expelia pelas ventas colunas de água misturada com vapor e
ar. No dia 23 de julho do mesmo ano, no Pacífico, foi observado fato
semelhante pelo navio “Cristobal Colon”.
Assim, este extraordinário cetáceo podia deslocar-se de um sítio para o
outro com uma velocidade surpreendente, uma vez que, com um intervalo
de dois dias os navios o tinham visto em dois pontos geográficos
afastados entre si mais de setecentas léguas marítimas.