Antes do Apocalipse - Lori Handeland
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Sinopse
Elizabeth Phoenix sempre teve um dom especial, mas nunca soube exatamente como lidar com ele. Após a morte da mãe, sua vida muda completamente. Ela passa a ter sonhos aterradores com as criaturas mais pavorosas do que tudo que ela já viu na vida real. Qual será o significado dessas visões? E o que elas terão a ver com seu ex-namorado, Jimmy Sanducci? Jimmy alerta Liz para a batalha sobrenatural que acontece desde o início dos tempos, na qual pessoas inocentes são perseguidas por seres malignos disfarçados de humanos.
Prólogo
No dia em que minha vida antiga acabou, a primavera estava no ar. As árvores germinavam, as flores desabrochavam, a grama estava fresca... Tudo trazia esperança. Eu deveria saber que algo muito importante estava por vir. Sempre fui paranormal, o que nunca me deixou muito feliz. Mas o que quer que eu considerasse normal ficara para trás naquela manhã de maio, e nunca mais tinha voltado. Tinha ido trabalhar como de costume. Era garçonete no primeiro turno do Murphy, um bar de policiais na área leste de Milwaukee. Vinte e cinco anos, e ainda uma garçonete. Isso me preocuparia mais se eu já não tivesse tentado ser uma policial e desistido. Policiais e paranormais não combinavam. Não que eu fizesse alarde do meu dom. Entretanto, era impossível esconder o que eu via, até porque, por muitas vezes, esconder o que eu sabia se tornava um crime ainda maior do que o crime em si. Claro que tentei conciliar as coisas. Tentava inventar desculpas para explicar a origem das informações que obtinha. Mas nem sempre me vinha à mente alguma história que fizesse sentido. Os policiais que trabalhavam comigo não confiavam em mim porque não me entendiam. Evitavam-me o máximo que podiam, procurando por mim apenas quando precisavam de minha ajuda. Quando me perguntavam, não me restava outra saída senão responder. Na maior parte das vezes eu conseguia ajudar, mas, eventualmente, meus pressentimentos eram um total desastre. A situação foi ficando difícil. Ao final, minha única opção foi deixar a corporação. Tornar-me uma garçonete num bar para policiais era a solução perfeita. Naquela manhã, tinha fregueses batendo à porta antes das onze. Abri as portas e as janelas, e contemplei os galhos da árvore em frente dançando ao vento e formando desenhos de variados tipos sobre a calçada. Senti a brisa da primavera no rosto, e, de súbito, um arrepio percorreu todo o meu corpo, apesar do calor que fazia. Fui possuída por uma necessidade urgente de fugir. A ajudante para o almoço ainda não tinha chegado, mas não importava. Todos ali eram fregueses habituais. — Kenny — chamei. O outro atendente me olhou com cara de poucos amigos, mas eu já me encontrava à porta do bar.