Sinfonia Sombria - Christine Feehan
Sinopse
Byron, um macho cárpato e caçador de vampiros deixa-se seduzir pelo som de uma sinfonia até terras de Itália. Ali ele descobre a companheira da sua alma, Antoinetta Scarlatti, herdeira da fortuna Scarlatti. Famosa pianista, Antoinetta é o elo que segura toda a sua família. Cega desde criança pela explosão que vitimou os seus pais, ela consegue no entanto manter-se à frente dos negócios da família.
Antoinetta vive no palazzo della morte, o palácio da morte. Ali, tal como os seus antepassados, ela descobre que alguém a quer ver morta. Ela tem alguns segredos próprios e juntamente com Byron enfrentam os assassinos…
Prólogo
A névoa espessa estendia sua mão sobre o céu, afogando todo os sons. Afogando o som da conspiração. Do crime que espreita nas sombras da noite. De intenções escuras e malignas ocultas nos redemoinhos da bruma esbranquiçada e na mais negra penumbra. A névoa era a cobertura perfeita para o predador, que sulcava os céus silenciosamente em busca de sua presa. Tinha passado muito tempo sozinho, longe de seus semelhantes, lutando contra a insidiosa chamada do poder, a chamada do mal que lhe sussurrava ao ouvido, em cada minuto da vigília.
Lá longe, muito abaixo dele, ficavam os humanos, suas presas. Seus inimigos. Sabia do que eram capazes quando capturavam um exemplar de sua espécie, se chegassem a descobri-lo. Ainda despertava afogando-se no meio do sono, preso naqueles primeiros momentos conscientes de seu passado. Em seu corpo, sempre levaria as cicatrizes da tortura, mesmo quando fosse quase impossível deixar cicatrizes nos de sua espécie. Ele era um Cárpato, uma espécie tão antiga como o tempo, possuíam tremendos poderes para dominar o tempo, a terra, e mesmo os animais. Podia adotar outras formas e voar pelas alturas, podia correr com os lobos embora, sem uma luz que iluminasse sua escuridão, era presa fácil dos sussurros da tentação, da chamada do poder, daquilo que o faria sucumbir à maldade. Possuía a capacidade de encarnar-se em criaturas inertes e essa era a condição que muitos de sua espécie tinham escolhido.
Perambulava pelo mundo caçando o vampiro, procurando manter o equilíbrio num universo de solidão abjeta, tentando conservar a honra, quando acreditava tê-la perdido. E então chegou a seus ouvidos, a música. Provinha de um televisor em uma das lojas pelas quais tinha passado tarde aquela noite e a música o cativou, como nada havia cativado jamais. Aprosionou-o. Hipnotizou-o. Envolveu sua alma em notas áureas até que não pôde mais pensar, a não ser na música. Só ouvia aquela música ressoando em sua cabeça. Era tão poderoso, que chegava a mitigar a fome insaciável que sempre o acompanhava. Viajou até a Itália, atraído por ela. E ali ficou, por outras razões muito mais convincentes.