Melodia Sombria - Christine Feehan
Sinopse
Dayan, o cantor, dos Trovadores Escuros, luta agora mais que nunca contra sua fera interior. Quando toda sua família encontrou satisfação em um companheiro, ele continua sozinho, cantando a essa outra metade de sua alma, para que venha salvá-lo. E é sua música que finalmente atrai Corinne, numa noite, a num bar onde o famoso cantor e violonista está se apresentando.
Imediatamente Dayan reconhece sua companheira, mas a condição física da mesma, impedirá sua união imediata, enquanto os assassinos da sociedade humana de caçadores de vampiros os perseguem.
Prólogo
A necessidade se arrastava atravessando seu corpo e pulsava com ritmo em sua mente. A música rugia e bramava, enchendo o enorme bar. Uma melodia estranha e tão escura e atraente como ele. As notas eram arrancadas das profundezas de sua alma, surgindo através de seus dedos até o violão embalado entre seus braços como se embala uma mulher. A música era uma das poucas coisas que o lembravam que estava vivo e que não era um dos não–mortos.
Podia sentir os olhares, embora nunca elevava a vista. Podia ouvir a respiração da multidão, o ar movendo-se através dos pulmões com a força de um tornado. Ouvia o fluxo vazante do sangue nas veias, chamando-o, tentado seus sentidos até que seu desejo fosse uma obsessão tão escura e implacável, como a sombra que atravessava sua alma.
Murmúrios. Centenas de conversas. Segredos. Palavras entrelinhas. As coisas que se sussurram nos bares sob o amparo da música. Ele ouvia cada palavra claramente, enquanto permanecia sentado sobre o palco, com a jovem e entusiasta banda com quem estava tocando. Ouvia os sussurros das mulheres que discutiam sobre ele. Dayan. Violonista principal de Los Trovadores Escuros. Todas queriam se deitar com ele por razões equivocadas e ele as queria, por razões que as teriam aterrorizado.
A canção terminou e a multidão rugiu, saltando, aplaudindo e gritando com aprovação. Dayan olhou para o homem que esperava na barra. Cullen Tucker levantou um copo de água para ele, com uma sobrancelha arqueada. - O que estamos fazendo aqui? - Dayan leu a expressão claramente, leu a mente do homem. O que estavam fazendo ali? O que o levara a entrar neste bar, pegar seu violão e tocar para a multidão? Sua atuação só atrairia atenção indesejada para eles. Não era seguro. Estavam sendo perseguidos, embora Dayan não tivesse escolha. Precisava estar neste bar. Estava esperando por algo... Por alguém.
Os dedos de Dayan encontravam outro ritmo. Escuro. Caprichoso. A melodia o pegou, exigindo ser liberada. Sua voz tranqüilizou a multidão, chamando, seduzindo, tentando.
Chamou-a. Exigiu-a. Seu amor. Sua companheira. Sua outra metade. Chamava-a, para que ela o completasse. Para que ela lhe desse as emoções que se desvaneceram de sua alma, deixando uma concha vazia que crescia cada vez mais escura. Uma criatura que vivia entre as sombras, vulnerável à fera que espreitava.