O Senhor do Tormento - Karin Tabke
Sinopse
Oito cavaleiros mercenários, cada um deles nascido bastardo, cada um deles forçados por inexprimíveis torturas em um cárcere sarraceno, cada um deles selado com a marca da espada por toda a vida. Cada um de seus destinos marcado por uma mulher. Foi sussurrado ao longo das fronteiras que os cavaleiros do demônio, os quais cavalgavam sobre negros cavalos, levando negras armaduras e esgrimiam negras espadas, matariam a qualquer homem, mulher ou menino que se atrevesse a olhá-los. Foi sussurrado que sua lealdade era só para uns aos outros e ninguém poderia dividi-los, não havia suficiente ouro ou prata no Reino para comprar seu juramento. Era bem sabido que cada um deles não foi tocado pela mão de Deus, mas sim pelo próprio Lúcifer. Foi sussurrado também, mas só pelas mais valentes das almas, que cada Espada de Sangue estava destinado a encontrar a uma única mulher em toda a Cristandade, que arcaria com ele e somente seus filhos, e até que a mulher fosse encontrada, ele batalharia e devastaria a terra...
Prólogo
Os ornamentados candelabros ardiam brilhantemente ao longo das paredes de pedra do opulento quarto iluminando-a e, com todas suas vívidas cores, pareciam com uma coroa incrustada de pedras preciosas. O mobiliário delicadamente esculpido que invejaria um rei, honrava os grossos tapetes de lã, mas o que atraiu sua atenção quando entraram no aposento foi o enorme leito. Apesar de que as pesadas cortinas estavam fechadas entre os elaborados quatro dosséis, os profundos roncos do ocupante invadiram o luxuoso quarto, alertando a qualquer um de uma presença próxima.
Era seu noivo desertor, o Conde Malcor de Dunloc.
A bílis no ventre de lady Tarian subiu. Tomou ar e exalou mais lentamente, escutando atentamente, assegurando-se que sua respiração era a de um homem no meio do profundo sono. Com os dedos acariciou o punho de couro de sua espada, ansiosa para ver a ação realizada.
Uma vez que sua discreta inspeção da habitação mostrou que não existia nenhuma outra via de fuga senão o grosso portal de carvalho que acabava de atravessar, e que seus homens estavam em posição, Tarian deu uma olhada em Gareth, o capitão da guarda, que agarrava o esmerado criado do conde. A afiada lâmina da espada estava nivelada perfeitamente contra o pescoço do criado. Assentiu com a cabeça a seu capitão antes de voltar-se para a cama coberta.
Apesar da dificuldade da malha, Tarian deslizou um passo para mais perto da cama. Pressionou a ponta da espada na abertura do tecido e pouco a pouco a empurrou para um lado. Só o alaranjado rubor de vela de sebo e uma pálida pele de homem de costas brilhavam no espaço escurecido.