Sarças de Fogo - Olavo Bilac
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Sinopse
Em Sarças de Fogo, de Olavo Bilac, permanece o lirismo, a que se acrescenta agora o sensualismo. São poemas eróticos, centrados na beleza física da mulher e no amor carnal, reduzido a um jogo bem arranjado de palavras, buscando mais o efeito que a genuína sensualidade. É um erotismo declamatório, que é o caso dos poemas "Tentação de Xenócrates", "Satânia". "O Julgamento de Frinéia". "Alvorada do Amor" e outras.
Surge nesta obra um autor sátiro cujos poemas eróticos só se consegue ler achando graça, o que contrasta com o espírito original. Mas, mesmo sabendo que é um erotismo que se reduz ao puro jogo bem arranjado de palavras, nota-se a presença de um veemente temperamento romântico, controlado a custo pela disciplina formal aprendida. Da multiplicidade de vozes do poeta, a mais esfuziante talvez seja a voz erótico-amorosa, fortíssima nos poemas desta obra.
Prólogo
Mnezarete, a divina, a pálida Frinéia,
Comparece ante a austera e rígida assembléia
Do Areópago supremo. A Grécia inteira admira
Aquela formosura original, que inspira
E dá vida ao genial cinzel de Praxíteles,
De Hiperides à voz e à palheta de Apeles.
Quando os vinhos, na orgia, os convivas exaltam
E das roupas, enfim, livres os corpos saltam,
Nenhuma hetera sabe a primorosa taça,
Transbordante de Cós, erguer com maior graça,
Nem mostrar, a sorrir, com mais gentil meneio,
Mais formoso quadril, nem mais nevado seio.
Estremecem no altar, ao contempla-la, os deuses,
Nua, entre aclamações, nos festivais de Elêusis...