Walden - Henry David Thoreau
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Sinopse
Em julho de 1845, desgostoso com o crescente comercialismo e industrialismo da sociedade americana, Henry David Thoreau (1817 - 1862) deixou Conrad, Massachusetts, sua cidade natal, para instalar-se à beira do Lago Walden. Publicado primeiramente em 1854 com o título Walden ou A Vida nos Bosques, este é o relato de dois anos, dois meses e dois dias em que o autor viveu apartado da sociedade dos homens, suprindo as próprias necessidades, estudando, contemplando a natureza e conhecendo-se a si mesmo. A maneira do Homo Americanus de ver o mundo à sua volta e a si próprio nunca mais seria a mesma. No testamento ético-espiritual que é Walden - "O universo é maior do que as visões que temos dele." - beberiam todos os grandes nomes das letras e da cultura norte-americana, desde o transcendentalista Ralph Waldo Emerson aos autores Beat e da contracultura do século XX, além de figuras revolucionárias como Gandhi e Martin Luther King. O livro Walden, de Thoreau vem com apresentação de Eduardo Bueno.
Prólogo
Walden
ou A vida nos bosques
Não pretendo escrever uma ode à melancolia, e sim trombetear vigorosamente como um galo ao amanhecer, no alto de seu poleiro, quando menos para despertar meus vizinhos.
Economia
Quando escrevi as páginas seguintes, ou melhor, o principal delas, eu vivia sozinho na mata, a um quilômetro e meio de qualquer vizinho, numa casa que eu mesmo tinha construído à margem do Lago Walden, em Concord, Massachusetts, e ganhava minha vida apenas com o trabalho de minhas mãos. Vivi lá dois anos e dois meses. Hoje em dia sou de novo um hóspede da vida civilizada.
Eu não imporia tanto meus assuntos à atenção de meus leitores se meus concidadãos não tivessem feito indagações muito particulares sobre minhas condições de vida, que alguns diriam impertinentes, embora não me pareçam nada impertinentes, e sim, dadas as circunstâncias, muito naturais e pertinentes. Uns perguntaram o que eu comia; se não me sentia solitário; se não tinha medo, e coisas assim. Outros ficaram curiosos para saber quanto de minha renda eu destinava a fins de caridade; e alguns, com famílias grandes, quantas crianças pobres eu sustentava. Portanto pedirei àqueles meus leitores que não têm nenhum interesse particular em mim que me perdoem se, neste livro, tento responder a algumas dessas perguntas. A maioria dos livros omite o eu ou a primeira pessoa; aqui ele será mantido; em relação ao egocentrismo, esta é a principal diferença. Geralmente não lembramos que, afinal, é sempre a primeira pessoa que está falando. Eu não falaria tanto sobre mim mesmo se existisse alguma outra pessoa que eu conhecesse tão bem. Infelizmente estou restrito a este tema devido à minha experiência limitada. Além disso, de minha parte, espero de todo escritor, do primeiro ao último, um relato simples e sincero de sua vida, e não apenas o que ele ouviu da vida de outros homens; o mesmo tipo de relato que ele enviaria de uma terra distante a seus parentes; pois, se viveu com sinceridade, deve ter sido numa terra distante de mim. Talvez estas páginas se destinem mais especialmente a estudantes pobres. Quanto aos meus outros leitores, aceitarão as partes que se aplicam a eles. Confio que ninguém haverá de forçar as costuras ao vestir um casaco, pois pode ser de utilidade a quem nele couber.