Guardião Sombrio - Christine Feehan
Sinopse
Dois anos depois de LENDA SOMBRIA, Lucian, o mais poderoso e temido de todos os homens dos Cárpatos, viaja para os Estados Unidos em busca de sua companheira.
Jaxon Montgomery é uma mulher perseguida. Treinada pelas Forças Especiais e endurecida por uma infância traumática. É uma policial de reputação indiscutível. Encontra seu companheiro quando está a ponto de morrer nas mãos de seu inimigo. Perseguida por todos lados, só pode confiar no misterioso desconhecido que parece mais perigoso que todos outros.
Ele corre com os lobos... Materializa-se da névoa... Impõe aos céus sua vontade... Foi o Guardião Sombrio de sua gente. Agora, depois de séculos de uma existência erma e sem alma, Lucian encontra a pequena, curvilínea e colorida policial, Jaxon Montgomery. Que estupidez teria ela cometido, para que o trabalho de sua vida fosse proteger os outros?
Ferozmente atrevida, Jaxon sacrificaria o que fosse possível, para proteger os outros... Particularmente, desde que uma ameaça mortal, segue cada um de seus passos, ameaçando a todos os seus.
E estranhamente sedutor, agudamente erótico, este desconhecido que a reclama não é uma exceção. É poderoso e perigosamente hipnotizador... Amável, embora claramente um predador nato. Deseja possuí-la, guardá-la para sempre... Por que sente então, que é ela que deve protegê-lo?
Prólogo
O povoado era muito pequeno para resistir contra o exército que avançava velozmente para eles. Nada detinha o passo dos Turcos. Tudo o que encontraram em seu caminho tinha sido destruído, todo mundo assassinado. Cruelmente assassinado. Os corpos eram empalados em estacas afiadas e abandonados para que os urubus terminassem com eles. Corriam rios de sangue. Ninguém se salvava, sequer as crianças menores ou os mais velhos. Os invasores queimavam, torturavam e mutilavam, deixando para trás rastos, fogo e morte.
O povoado estava estranhamente silencioso, nem sequer uma criança se atrevia a chorar. As pessoas só podiam olhar uns aos outros com desespero e tristeza. Não haveria ajuda, nem forma de deter o massacre. Cairiam como haviam caído todos os povos antes que eles, ante esse terrível inimigo. Eram muitos poucos e tinham somente arma de camponeses para lutar contra o avanço das hordas. Estavam indefesos.
E então os dois guerreiros chegaram caminhando a grandes passos, saindo da névoa noturna. Moviam-se como uma unidade, em perfeita harmonia, com um passo perfeito. Moviam-se com uma peculiar graça animal, fluídica, sutil e totalmente silenciosa. Os dois eram altos e de ombros largos com cabelo longo e olhos da morte. Alguns disseram que puderam ver as vermelhas chamas do inferno ardendo nas profundezas dos gelados olhos negros.
Homens adultos se separavam de seu caminho, as mulheres desapareciam nas sombras. Os dois guerreiros não olharam nem à direita nem à esquerda e ainda assim, viram tudo. O poder se colava a eles como uma segunda pele. Deixaram de se mover. Ficaram tão imóveis como as montanhas circundantes, enquanto o mais velho dos camponeses se unia a eles diante das esparramadas cabanas, de onde podiam esquadrinhar o prado vazio que os separava do bosque.
– Que notícias trazem? – Perguntou.– Ouvimos rumores de matanças por toda parte. Agora é nossa vez. E nada deterá esta tempestade de morte. Não temos nenhum lugar aonde ir, Lucian, nenhum lugar onde esconder nossas famílias. Lutaremos, mas como todos outros, seremos derrotados.
– Viajamos rápido esta noite, Velho, precisam de nós em outro lugar. Dizem que nosso Príncipe foi assassinado. Devemos voltar com nossa gente. Sempre foi um homem, amável. Gabriel e eu sairemos esta noite e faremos o que pudermos para te ajudar antes de partir. O inimigo pode ser pessoas muito supersticiosas.
Seu tom era puro e formoso, como veludo. Todos o que ouviam essa voz não podia evitar fazer o que Lucian ordenava. Todos os que a ouvia, desejava somente ouvi-la sempre. Só a voz podia enfeitiçar, podia seduzir, podia matar.
– Vão com Deus. – Sussurrou o camponês agradecido.
Os dois homens se moveram. Em perfeito ritmo, fluídico e silencioso. Uma vez que perderam de vista o povoado, sem dizer uma palavra, transformaram-se exatamente no mesmo momento, tomando a forma de duas corujas. As asas batiam com força enquanto voavam em círculos sobre a região, procurando o exército adormecido. A várias milhas do povoado, a terra sob eles estava infestada por centenas de homens.
A névoa se moveu, espessa e branca e desceu sobre a terra. O vento cessou, fazendo que a névoa se tornasse densa e condensada. Sem advertência, as corujas desceram silenciosamente do céu, com as garras estendidas diretamente para os olhos dos sentinelas. As corujas pareciam estar por toda parte, trabalhando com uma sincronização precisa, de forma que já estavam longe, antes que alguém pudesse assistir os guardas. Gritos de dor e terror encheram o vazio do silêncio e o exército despertou, pegando às armas e procurando o inimigo entre a espessa névoa branca. Viram seus próprios sentinelas, com as conchas dos olhos vazias e o sangue correndo pelas faces e correndo às cegas em todas direções.